HomeQuem somosBlogContato A Terapia do Esquema, desenvolvida pelo Dr. Jeffrey Young, é um modelo terapêutico que se concentra em padrões de pensamento e comportamento profundamente enraizados, chamados de esquemas. Esses esquemas se formam na infância, em resposta a necessidades emocionais não satisfeitas, e continuam a influenciar a vida adulta, causando sofrimento e dificuldades.
Terapia do Esquema: Compreendendo os Esquemas Desadaptativos e seus Domínios
A Terapia do Esquema, desenvolvida pelo Dr. Jeffrey Young, é uma abordagem terapêutica eficaz que se concentra na identificação e mudança de padrões de pensamento e comportamento profundamente enraizados, conhecidos como esquemas desadaptativos. Esses esquemas, formados durante a infância e adolescência, influenciam negativamente a vida adulta, levando a dificuldades emocionais, relacionamentos problemáticos e baixa autoestima.
O que são Esquemas Desadaptativos?
São padrões de pensamento e comportamento disfuncionais que se desenvolvem em resposta a experiências negativas na infância. Eles agem como filtros que distorcem a percepção da realidade, levando a emoções e comportamentos prejudiciais. A Terapia do Esquema visa identificar esses esquemas e ajudar o indivíduo a modificá-los, promovendo uma vida mais saudável e feliz.
Dentro desses cinco domínios, existem 18 esquemas desadaptativos iniciais, cada um com suas características e manifestações específicas:
Domínio 1: Desconexão e Rejeição
A sensação predominante é de que as necessidades básicas, como proteção, segurança, estabilidade, cuidado, empatia, compartilhamento de sentimentos, aceitação e respeito, dificilmente serão atendidas de forma consistente e confiável. A experiência familiar tende a ser marcada por distância emocional, frieza, rejeição, repressão, solidão, impaciência, imprevisibilidade e até mesmo abuso.

Essa crença central se manifesta na expectativa constante de que os outros irão machucar, abusar, humilhar, enganar, mentir, manipular ou se aproveitar de alguma forma. Geralmente, essa percepção envolve a sensação de que o prejuízo é intencional ou, pelo menos, resultado de uma negligência injustificada e extrema por parte dos outros. A pessoa pode carregar a sensação de que sempre acaba sendo enganada ou "levando a pior" nas relações interpessoais.
Essa crença central se manifesta na expectativa de que a necessidade de receber um nível adequado de apoio emocional não será atendida de forma satisfatória pelas outras pessoas. Essa privação emocional se manifesta principalmente de três formas:
Essa crença central se manifesta no sentimento profundo de ser defectivo, falho, mau, indesejado, inferior ou inválido em aspectos importantes da vida, ou de não merecer o amor e a aceitação de pessoas significativas.
Essa crença pode levar a:
Essa crença central pode levar a um isolamento social, à evitação de situações que exponham a pessoa a julgamentos e a uma constante busca por aprovação externa para compensar o sentimento de defectividade interna.
Essa crença central se manifesta no sentimento persistente de estar isolado do resto do mundo, de ser fundamentalmente diferente das outras pessoas e/ou de não pertencer a nenhum grupo ou comunidade. Essa sensação de desconexão e inadequação pode levar ao isolamento social, à dificuldade em formar laços significativos e à crença de que nunca se encontrará um lugar onde se sinta verdadeiramente aceito e compreendido.
Domínio 2: Autonomia e Desempenho Prejudicados
Crenças arraigadas sobre si mesmo e o mundo ao redor criam dúvidas sobre a capacidade de se separar, sobreviver de forma independente, funcionar autonomamente ou alcançar sucesso. A dinâmica familiar tende a ser intrusiva, minando a confiança da criança, seja pela superproteção ou pela falta de incentivo para que ela desenvolva habilidades e se sinta capaz fora do ambiente familiar.

Muitas vezes, essa crença se apresenta como um sentimento de desamparo, em que a pessoa se sente perdida e incapaz de funcionar no mundo sem o apoio constante de outros. Essa dependência pode levar a dificuldades em assumir responsabilidades, a uma baixa autoestima e a um medo constante de falhar ou ser rejeitado por não conseguir se virar sozinho.
Essa crença central se manifesta em um medo excessivo e constante de que uma catástrofe iminente está prestes a acontecer e que não há como evitá-la. Esse medo pode se concentrar em diferentes áreas:
Essa crença central pode levar a comportamentos de evitação, ansiedade generalizada e à busca constante por garantias e segurança. A pessoa pode se sentir constantemente em perigo e ter dificuldade em relaxar e aproveitar a vida devido à preocupação persistente com possíveis catástrofes.
Essa crença central se manifesta em um envolvimento emocional e uma intimidade excessivos com uma ou mais pessoas importantes na vida, geralmente os pais. Essa proximidade extrema dificulta o processo de individuação e o desenvolvimento social saudável.
Muitas vezes, essa crença envolve a convicção de que pelo menos um dos indivíduos envolvidos nesse emaranhamento não conseguiria sobreviver ou ser feliz sem o apoio constante do outro. A pessoa pode se sentir sufocada, fundida com o outro e sem uma identidade individual clara. Essa falta de autonomia e de um senso de self definido pode levar a sentimentos de vazio, fracasso, falta de direção na vida e, em casos extremos, até mesmo a questionar a própria existência.
Essa crença central se manifesta na convicção de que a pessoa fracassou, fracassará inevitavelmente ou é inadequada em comparação aos seus colegas em áreas como escola, trabalho, esportes ou outras atividades que envolvam desempenho e conquistas.
Essa crença geralmente inclui a ideia de que a pessoa é:
Essa crença central pode levar a uma grande ansiedade de desempenho, à evitação de desafios e a uma baixa autoestima generalizada. A pessoa pode se sentir constantemente à sombra dos outros e acreditar que nunca será capaz de alcançar o sucesso ou o reconhecimento que deseja.
Esse padrão envolve desafios em definir limites saudáveis, tanto consigo mesmo quanto em relação aos outros. Pessoas com esses esquemas podem ser excessivamente permissivas, ter dificuldade em dizer "não" ou, em outros casos, sentir-se superiores e desconsiderar os limites dos outros.

Essa crença central se manifesta na convicção de que a pessoa é superior aos outros, possui direitos e privilégios especiais, e não precisa seguir as mesmas regras de reciprocidade que guiam as interações sociais comuns.
Essa crença pode se expressar de várias formas:
Essa crença central pode levar a comportamentos arrogantes, exploradores e insensíveis, prejudicando relacionamentos interpessoais e causando conflitos frequentes. A pessoa pode ter dificuldade em reconhecer seus próprios erros e limitações, e se frustrar facilmente quando não recebe o tratamento especial que acredita merecer.
Essa crença central se manifesta na dificuldade ou recusa em exercer autocontrole e tolerância à frustração em relação aos próprios objetivos, ou em limitar a expressão excessiva de suas emoções e impulsos.
Em sua forma mais branda, a pessoa tende a evitar qualquer tipo de desconforto, como dor, conflito, confrontação e responsabilidade, mesmo que isso prejudique sua realização pessoal, seus compromissos ou sua integridade. Em casos mais graves, a pessoa pode agir de forma impulsiva e irresponsável, sem considerar as consequências de suas ações para si mesma ou para os outros.
Essa crença central pode levar a dificuldades em alcançar objetivos a longo prazo, a problemas nos relacionamentos interpessoais e a comportamentos autodestrutivos. A pessoa pode ter dificuldade em lidar com frustrações, adiar recompensas e seguir regras e normas sociais, buscando sempre a gratificação imediata e evitando qualquer situação que possa gerar desconforto ou incômodo.
Domínio 4: Direcionamento para o Outro
Esse padrão se caracteriza pela tendência de priorizar as necessidades dos outros em detrimento das próprias, buscando aprovação e evitando conflitos a todo custo. Indivíduos com esses esquemas podem ter dificuldade em expressar suas próprias necessidades e desejos, sentindo-se frequentemente ressentidos por sempre se sacrificarem pelos outros.

Essa crença central se manifesta na submissão excessiva ao controle dos outros, motivada pelo medo de represálias, como raiva, retaliação ou abandono. A pessoa se sente coagida e cede às vontades alheias para evitar conflitos e manter a paz.
Essa subjugação se expressa de duas formas principais:
Essa crença central se baseia na percepção de que os próprios desejos, opiniões e sentimentos não têm valor ou importância para os outros. A pessoa se comporta de forma excessivamente obediente e se sente hipersensível a qualquer situação que possa ser interpretada como aprisionamento ou controle.
Essa submissão constante pode levar a um acúmulo de raiva e ressentimento, que se manifestam de forma desadaptativa, como:
A subjugação crônica pode ter um impacto significativo na saúde mental e nos relacionamentos interpessoais, levando a sentimentos de impotência, baixa autoestima e dificuldade em estabelecer limites saudáveis. É fundamental buscar ajuda profissional para aprender a lidar com essa crença central e desenvolver habilidades para se afirmar e expressar suas necessidades de forma assertiva.
Essa crença central se manifesta em um foco excessivo em atender às necessidades dos outros, mesmo que isso signifique sacrificar a própria felicidade e bem-estar. A pessoa se dedica voluntariamente a cuidar dos outros, colocando suas próprias necessidades em segundo plano.
As principais motivações para esse comportamento são:
O auto sacrifício crônico pode levar a um sentimento de ressentimento em relação às pessoas que estão sendo cuidadas, pois a pessoa sente que suas próprias necessidades não estão sendo atendidas e que está sendo explorada. Esse padrão de comportamento se sobrepõe ao conceito de codependência, em que a pessoa se torna excessivamente dependente do relacionamento com o outro e negligencia suas próprias necessidades em prol de manter essa conexão.
É importante reconhecer que o auto sacrifício, embora possa parecer nobre, pode ser prejudicial a longo prazo, tanto para a pessoa que se sacrifica quanto para aqueles que recebem seus cuidados. É fundamental aprender a equilibrar o cuidado com os outros com o cuidado consigo mesmo, estabelecendo limites saudáveis e reconhecendo o próprio valor e as próprias necessidades.
Essa crença central se manifesta em uma necessidade excessiva de obter aprovação, reconhecimento ou atenção dos outros, ou de se encaixar em um determinado padrão social, em detrimento do desenvolvimento de um senso de identidade autêntico e seguro.
Principais características:
Essa busca incessante por aprovação externa pode levar a uma vida superficial e insatisfatória, em que a pessoa se molda constantemente para agradar aos outros, perdendo de vista sua verdadeira essência e seus próprios objetivos. É fundamental aprender a cultivar um senso de identidade forte e independente, baseado em valores internos e não na validação externa, para alcançar uma vida mais autêntica e feliz.
Domínio 5: Supervigilância e Inibição
Esse padrão se manifesta pela supressão excessiva de emoções e impulsos espontâneos, em uma tentativa constante de atender a expectativas internalizadas e rígidas. Pessoas com esses esquemas podem ser perfeccionistas, ter dificuldade em relaxar e se divertir, ou sentir-se constantemente ansiosas e preocupadas em relação ao futuro e ao julgamento dos outros.

Essa crença central se manifesta em um foco persistente e generalizado nos aspectos negativos da vida, como sofrimento, morte, perda, decepção, conflito, culpa, ressentimento, problemas não resolvidos, erros potenciais, traição e a possibilidade constante de que algo dê errado. Ao mesmo tempo, a pessoa minimiza ou negligencia os aspectos positivos e otimistas da vida.
Características principais:
Essa crença central pode levar a uma vida marcada pela ansiedade, pela tristeza e pela dificuldade em tomar decisões e correr riscos. A pessoa pode se sentir constantemente sobrecarregada e desanimada, e ter dificuldade em construir relacionamentos saudáveis e alcançar seus objetivos, pois está sempre focada nos obstáculos e nas possíveis ameaças. É fundamental buscar ajuda profissional para aprender a lidar com essa crença central e desenvolver uma perspectiva mais equilibrada e otimista da vida.
Essa crença central se manifesta na inibição excessiva de ações, sentimentos ou comunicação espontânea, geralmente motivada pelo medo da desaprovação dos outros, de sentir vergonha ou de perder o controle sobre seus próprios impulsos.
A pessoa tende a:
Essa inibição constante pode levar a uma vida marcada pela rigidez, pela falta de autenticidade e pela dificuldade em formar conexões genuínas com os outros. A pessoa pode se sentir presa em um padrão de comportamento controlado e previsível, perdendo oportunidades de crescimento e felicidade por medo de se expor e ser julgada. É fundamental buscar ajuda profissional para aprender a lidar com essa crença central e desenvolver a capacidade de se expressar de forma mais livre e espontânea, sem medo de julgamentos ou rejeição.
Essa crença central se manifesta na convicção de que é necessário se esforçar ao máximo para alcançar padrões internalizados extremamente elevados de comportamento e desempenho, geralmente para evitar críticas e julgamentos negativos.
Principais características:
Os padrões inflexíveis geralmente se manifestam de três formas principais:
Essa crença central pode levar a um esgotamento físico e emocional, a uma sensação constante de insatisfação e à dificuldade em construir relacionamentos saudáveis e equilibrados. É fundamental aprender a flexibilizar seus padrões, aceitar suas próprias limitações e reconhecer que a perfeição é inalcançável, para poder viver uma vida mais leve, prazerosa e significativa.
A crença fundamental por trás da Postura Punitiva é que as pessoas devem ser punidas severamente quando cometem erros. Essa crença se estende tanto aos outros quanto a si mesmo.
Manifestações:
Origens:
Impacto na Vida:
A Terapia do Esquema como Solução
A Terapia do Esquema oferece um caminho para a mudança, ajudando o indivíduo a identificar seus esquemas desadaptativos, entender suas origens e desenvolver estratégias para lidar com eles de forma saudável. Através de técnicas como a imagéria, diálogo com as cadeiras e mudança de modo, o terapeuta auxilia o paciente a romper padrões negativos, construir novas crenças e desenvolver comportamentos mais adaptativos, promovendo uma vida mais plena e satisfatória.
Se você se identifica com alguns desses esquemas e sente que eles estão impactando sua vida, buscar a ajuda de um psicólogo especializado em Terapia do Esquema pode ser o primeiro passo para uma jornada de autoconhecimento e transformação.
